quarta-feira, 15 de setembro de 2010


UM CONVITE À GRAÇA E À VERDADEIRA CIRCUNCISÃO!

Texto de Referência: Romanos 2.17-29
“Ora, você que leva o nome de judeu, apóia-se na lei e orgulha-se em Deus; se você conhece a vontade de Deus e aprova o que é superior, porque é instruído pela lei; se está convencido de que é guia de cegos, luz para os que estão em trevas, instrutor de insensatos, mestre de crianças, porque tem na lei a expressão do conhecimento e da verdade; então você, que ensina os outros, não ensina a si mesmo? Você, que prega contra o furto, furta? Você, que diz que não se deve adulterar, adultera? Você, que detesta ídolos, rouba-lhes os templos? Você, que se orgulha na lei, desonra a Deus, desobedecendo à lei? Como está escrito: "O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vocês".
"A circuncisão tem valor se você obedece à lei; mas, se você desobedece à lei, a sua circuncisão já se tornou incircuncisão. Se aqueles que não são circuncidados obedecem aos preceitos da lei, não serão eles considerados circuncidados? Aquele que não é circuncidado fisicamente, mas obedece à lei, condenará você que, tendo a lei escrita e a circuncisão, é transgressor da lei. Não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é meramente exterior e física. Não! Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração, pelo Espírito, e não pela lei escrita. Para estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus.”

Um Convite à Graça
Um olhar panorâmico deste texto bíblico vai nos revelar um convite especial e generoso à graça de Deus. Ele faz um apelo, e não apenas uma exortação, até porque a circuncisão não era prática dos romanos, e sim dos judeus, que queriam introduzi-la à fé dos gentios (romanos). A mensagem de Paulo faz-nos um convite: “viver interiormente a Graça de Deus, circuncidados no coração, e não na letra, ou na aparência.” Convida-nos a viver além da superfície, mergulhados nas profundezas do amor e da graça de Deus, por meio daquele que é o Salvador de todos, Jesus Cristo, nosso Senhor. Ela nos convida a não viver pela “letra” que é a Lei. Porque por ela fomos repugnados e rejeitados diante de Deus. Pois, ela, ao invés de nos aproximar, acabou por nos distanciar de sua presença. Foi por causa da lei que o homem conheceu o pecado, então a lei, ou a letra mata. Todo aquele que é circuncidado pensa ser justificado pela lei, mas a circuncisão só tem efeito de fato, na vida daqueles que a obedecem plenamente. Como não há quem não tropece nela, seja judeu ou grego, ou quem quer que seja, então, a circuncisão pela lei jamais justificou alguém, nem mesmo Abraão, pois este, segundo a palavra (Romanos 4.3-16) foi justificado pela fé!

Se alegre pelo fato de não ser rejeitado por Deus apesar de ser fraco. Não deseje pecar, não deseje fracassar, não! Antes deseje acertar, a viver inteiramente para o Pai. Mas não pense que ele espera que você se torne perfeito para ser aceito diante dele. Não pense que o simples fato de existir em sua carne, uma lei chamada: lei do pecado (Rm 7.17,23), que te leva involuntariamente a pecar, o impossibilitará de estar diante do altar da graça de Deus. Esta lei é um espinho indesejável, e que apesar de você buscar prevalecer contra ela em oração ou pela palavra, sempre está a ceder. Quando você pensa que está forte e que não vai se render a esta lei, que opera na intimidade de suas entranhas, na verdade você percebe que está fraco e que ela já o fez praticar o pecado, mesmo involuntariamente. Pois o bem que deseja fazer, não consegue, mas o mal que não quer, isto o faz. “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Romanos 7.14-25
Graças a Deus, que por meio de Jesus Cristo nos livra do corpo desta morte por sua graça. E como disse à Paulo, quando este o buscou em súplicas e orações intensas desejando se despojar daquele espinho (sinônimo de suas fraquezas constantes): a minha Graça te basta!- Paulo, eu sei que você tem esta fraqueza, mas aproveite a minha graça. Não vou tirá-la de você para que não se glorie, para que não se ache o tal, o super-crente. Quero você um Paulo humilde, dependente, fraco por causa da fraqueza de sua carne, todavia forte pela força da minha graça. - Na verdade, Paulo, quando você está fraco, então está forte! Porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Como é bom depender da Graça de Deus! Como é bom vivê-la e experimentá-la! Às vezes buscamos poder, mais poder, e queremos nos tornar tão fortes, tão santos, perfeitos. E acabamos por nos tornar pessoas rígidas, duras com as outras, exigentes, críticas, cheias de si, a ponto de julgar os outros. Mas na verdade, esta busca por “poder”, se caracteriza numa ausência de uma experiência real de dependência da graça de Deus. Pois só é possível ter uma vida de poder diante do Pai, quando de fato se tem uma experiência de dependência com a sua graça. Porque o poder do Espírito Santo virá como conseqüência dessa experiência. Pois a graça de Deus humilha o nosso eu, contudo exalta a nossa dependência e necessidade por Deus. Ela nos descobre, revelando nossa nudez e ao mesmo tempo nos veste com vestes de salvação. Ela lança por terra nossa vida de aparência, contudo, vivifica uma vida interior autêntica cheia das misericórdias e consolações de Deus.

A Circuncisão do Coração
A circuncisão foi instituída no antigo testamento como um concerto entre Deus e Abraão (Gn 17). Símbolo de uma aliança perpétua entre Deus e seu povo. Naquela ocasião, todos os descendentes de Abraão, inclusive ele, e seus servos foram instruídos a circundar-se. O ato da circuncisão se constituía na ruptura, ou na retirada de uma pele do órgão genital masculino, conhecida como prepúcio. Simbolizava a ruptura do judeu com o mundo, e sua exclusividade para Deus. Para nós cristãos, a circuncisão só tem algum valor quando esta ocorre no coração, e não na carne (exterior). Quando de fato deixamos de amar o mundo, e passamos a amar exclusivamente a Deus, pelo concerto da nova aliança no sangue de Cristo, seu filho. Esta é a verdadeira circuncisão.

As bênçãos provenientes da circuncisão do coração
Quando um cristão se volta inteiramente para Deus Pai de coração, sem reservas, quando ele se despoja de sua ardente paixão pelo mundo e pelos seus encantos, e passa a amá-lo com sinceridade, então inúmeras bênçãos são derramadas sobre ele. Para não ocupar demasiado espaço neste sermão, quero sintetizar essas bençãos, e talvez, em ocasião oportuna poderemos voltar a transcrevê-las de forma mais abrangente.

A benção da multiplicação
Deus disse à Abraão, quando este ainda era apenas Abrão. “Estabelecerei a minha aliança entre mim e você e multiplicarei muitíssimo a sua descendência” Gn 17.2 Deus tem um compromisso com sua palavra, portanto quando um filho seu assume a responsabilidade e o comprometimento com sua aliança, consequentemente suas promessas passam a fazer parte da vida desse filho. E a benção da multiplicação é a primeira delas. Portanto, Deus tem o prazer de multiplicar sobre a vida de todo cristão: o tamanho da fé, a intensidade do amor, a pureza da mente; os dias de vida, a qualidade de vida, os bens e posses materiais, a inteligência, a sabedoria, etc.

Um novo nome
Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (Gn 17.5), isso apontava para um novo tempo em sua vida. Dali em diante Abraão seria reconhecido como o pai de muitas nações. E é isto que Deus deseja realizar em sua vida, mudar o seu nome, dar um novo sentido a ele, e trazer um novo tempo para você. Para que quando as pessoas se refiram à você, possam perceber a glória de Deus em sua vida, e a transformação para melhor que Ele operou.

Uma aliança de benção com sua família
A família de Abraão estava inserida nas bênçãos prometidas pelo Senhor Deus. Deus é o protetor das famílias. Ele às instituiu com amor, e, portanto, é de seu grande interesse abençoá-las. A circuncisão de coração produz bênçãos para nossas famílias. Pois, quando passamos a crer de coração em Deus, com sinceridade, aí se cumpre o que disse Paulo: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo tu e a tua casa.” (Atos 16.31) A salvação se estende de geração em geração, cumprindo a promessa do Senhor.

Canaã: “Uma excelente possessão”
Uma das maiores bençãos provenientes da ruptura do nosso coração com o mundo, é a conquista de Canaã. Esta representa os prazeres e as conquistas concedidas por Deus a nós. Conquistar Canaã significa conquistar os espaços de Deus para as nossas vidas. Significa tomar posse daquilo que ele designou como território exclusivo de cada um de nós. Significa se apossar corajosamente dos deleites que essa boa terra produz. Conquistar Canaã significa lançar fora (desta terra), todos os “eus” representados pelos sentimentos e pensamentos mesquinhos lançados contra nós em forma de setas malignas, e que sugam nossas alegrias e prazeres concedidos pelo Pai. Ocupar este território é privilégio somente daqueles cujos corações foram circuncidados para Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abimael F. Ferreira

Abimael F. Ferreira