terça-feira, 7 de setembro de 2010

Como lidar com a Hipocrisia através da Bondade e Justiça de Deus


Texto de Referência: Romanos 2.1-5

"Portanto, você, que julga, os outros é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas. Sabemos que o juízo de Deus contra os que praticam tais coisas é conforme a verdade. Assim, quando você, um simples homem, os julga, mas pratica as mesmas coisas, pensa que escapará do juízo de Deus? Ou será que você despreza as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, não reconhecendo que a bondade de Deus o leva ao arrependimento? Contudo, por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento."


“Sinto alegria em poder compartilhar o evangelho de Jesus Cristo, por meio deste livro (Romanos).” Ele é a mensagem (resumida) do evangelho para nós gentios.

Vamos falar hoje de um assunto não menos importante do que já temos falado em nossas reuniões, “como lidar com a hipocrisia através da bondade e justiça de Deus.”

Todo mundo já ouviu essa frase: “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”.

Quando nos tornamos hipócritas?

Jesus, em seu evangelho nos ensinou que não devemos fazer julgamentos das pessoas (Lucas 6.42). Que não devemos tirar o “cisco” do olho do nosso irmão, sem que antes tenhamos tirado a viga (trave) dos nossos olhos. Ele nos ensinou que os nossos pecados secretos são sempre maiores do que o do nosso irmão. Que antes de apontarmos para o pequeno defeito do fulano, do joazinho, da mariinha, devemos olhar para dentro de nós, e enxergarmos quão grandes e graves problemas temos.

A hipocrisia nos veste bem, sua roupagem religiosa nos ajuda a disfarçar muito bem os problemas de caráter e de conduta que há em nós. A religiosidade e espiritualização na maioria das vezes são fontes para a hipocrisia. O falar em línguas muitas vezes é um disfarce para tentar camuflar a ausência de uma vida transformada por Cristo. Aí chegamos em nossas reuniões, cheios de “espirituosidade”, pulamos, falamos em línguas de “fogo”, mas quando saímos do culto tiramos essa roupagem, essa máscara, e voltamos a ser aquilo que sempre temos sido, os mais vis pecadores.

Se o problema da hipocrisia fosse só o disfarce não seria tão ruim assim, mas ela gera outro mal muito grave: ela nos induz à crítica e julgamentos maldosos das pessoas. Ela disfarça o nosso “mal”, o nosso “erro”, o nosso “pecado”, e descortina o erro alheio. Ela esconde a nossa grave fraqueza, e revela a fraqueza alheia. Ela nos faz sentir melhores que os outros, quando na verdade, somos piores.

É por isso que quando agimos com hipocrisia, somos indesculpáveis. Indesculpáveis não por termos erros, não por termos pecados em nós, mas por mascararmos eles e apontarmos os erros alheios.

O evangelho é introspectivo!

O evangelho é a mensagem que nos leva a observar e se arrepender dos erros que há dentro de nós. É a mensagem que nos ensina a olhar para nós mesmos. Que nos ensina a enxergar nossas falhas, que nos ensina a examinar a nós mesmos. “examine-se a si mesmo” (1 Co 11.28).

O evangelho não tem nada a ver com a fiscalização da vida alheia. Antes nos influencia a olhar para nós mesmos.

“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.” Gálatas 6.1

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” 1 Timóteo 4.16

Sou um ministro, um pastor e não um fiscal! Não estou aqui para fiscalizar a vida de vocês. Mas estou aqui para ser exemplo para vocês. Pois a bíblia nos ensina a fazer isso, a ser exemplo, a ganhar com o exemplo, pois a vida prática fala mais alto do que o meu sermão. Porque as minhas atitudes gritam mais alto que as minhas próprias palavras.

Nós vivemos num ambiente onde diariamente somos tentados a mascarar nossa vida cristã em detrimento da língua alheia.

O evangelho põe em nós as lentes da graça. E a graça de Deus nos faz enxergar nossas necessidades reais de perdão diário. Ela nos abre os olhos da consciência e do coração para enxergarmos quantos pensamentos e sentimentos maus há dentro de nós. E que ao invés de julgarmos as pessoas devemos julgar a nós mesmos, para não sermos condenados pelo Senhor.

Não podemos fazer juízo de valores sobre as pessoas

Quando nós fazemos julgamentos nos colocamos na condição de Deus. Mas quem é um simples mortal, ou um simples homem para julgar aos outros? Somos matéria frágil, feito do pó.

A palavra diz: “Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.” Romanos 8.33.

O próprio Mestre disse: “Se alguém ouve as minhas palavras, e não as guarda, eu não o julgo. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo.” João 12.47

Seguindo o ensinamento de Jesus devemos sempre dar uma resposta de salvação e perdão para os pecadores, assim como ele nos deu. Ele não lançou em rosto nossas maldades, antes a tomou sobre si, e nos amou. Agora devemos amar as pessoas, e não julgá-las, e não condená-las.

A bondade de Deus nos leva ao arrependimento

Poderíamos meditar mais sobre este ponto do livro de Romanos: “as riquezas da bondade de Deus”. Pois se trata de um assunto valiosíssimo para o crescimento e fortalecimento da nossa fé. Poder conhecer e experimentar as riquezas de sua bondade é algo extraordinário. Vamos falar um pouco mais sobre isso futuramente, agora, porém, tentaremos visualizá-lo rapidamente.

São inúmeras as riquezas da bondade de Deus, mas nesse verso Paulo aponta duas: “Tolerância e Paciência”.

Tolerar é suportar. Então Deus suporta as nossas afrontas, as nossas fraquezas, a nossa fragilidade! Ele não ira facilmente. Ele não é intolerante, um ditador. Ele nos suporta. E só Deus realmente para nos suportar!

A paciência de Deus, juntamente com a sua tolerância é o seu modo de nos levar ao arrependimento. Ele suporta e dá tempo de arrependimento. Você e eu podemos meditar numa profunda verdade: “Como Deus foi, ou tem sido paciente comigo!”. Glória a Ele por isso.

Deus é paciente. Ele trabalha com calma. Hoje eu e você estamos numa condição que talvez não seja a melhor de Deus para nós. Mas a grande paciência dele nos conduzirá ao alvo, nos conduzirá sempre ao arrependimento. E isso é a Graça de Deus.

Ele não nos entregou e nem nos abandonou em nossas paixões carnais. Antes com as cordas da sua misericórdia tem nos tirado do poço de pecado, e com as garras da sua graça tem segurado firme em nossas mãos para que estejamos sempre nele e no seu amor.

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Abimael F. Ferreira

Abimael F. Ferreira