segunda-feira, 26 de julho de 2010

Somos Verdadeiramente Ricos!


"Vede que grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos
chamados filhos de Deus; e nós o somos"
(1 João 3:1).

O novo carro do pastor enguiçou logo após o culto da noite.
Na manhã seguinte, ele conseguiu levar o carro até uma
oficina para ser consertado. "Eu espero que você não me
cobre muito pelo reparo", disse o pastor ao mecânico.
"Afinal, eu sou um pastor pobre". "Eu sei", respondeu o
mecânico, "eu ouvi sua pregação ontem".

A nossa ilustração de hoje nos mostra uma pequena anedota,
com um jogo de palavras. Porém, não estaríamos nós inseridos
na mesma realidade? Até que ponto tem sido "pobre" o nosso
testemunho? Por acaso não tem sido "pobre" o nosso
relacionamento com o Senhor? Não tem sido insignificante o
nosso envolvimento com as coisas de Deus?

Dizemos que somos cristãos e que Cristo habita em nossos
corações, mas, o nosso compromisso tem sido paupérrimo.
Dizemos que o amor de Cristo está em nós, mas, na prática,
nosso amor também é muito pobre. Nosso comparecimento aos
cultos é pobre e a nossa disposição para as atividades
evangelísticas é ainda mais pobre. Devíamos ser "luz" mas
estamos apagados, devíamos, como o "sal" dar sabor ao mundo,
mas somos completamente insípidos, devíamos proclamar a
alegria de ser um salvo em Cristo, mas, estamos cada vez
mais calados.

Como filhos do Deus da glória somos ricos, mas, nos
apresentamos em trapos rotos como se fôssemos as mais pobres
das criaturas. Nossas vestes deveriam ser coloridas, cheias
de luzes, brilhantes, fulgurantes, mas a nossa pobreza
espiritual mostra uma aparência bem diferente.

Não podemos aceitar isso. Devemos reagir! Devemos olhar para
o alto, para o Senhor dos senhores, para o Rei dos reis, e
assumir a nossa riqueza de bênçãos. Abandonemos as
murmurações, o pessimismo, o conformismo, a desesperança.
Levantemos nossas cabeças! Somos vitoriosos, somos herdeiros
dos Céus, somos filhos de Deus... somos ricos!

domingo, 25 de julho de 2010

O Impossível Torna-se Fácil


"Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso
impossível, mas a Deus tudo é possível" -
Mateus 19:26

George Balanchine, o grande coreógrafo, faleceu em 30 de
abril de 1983, com 79 anos de idade. "Sr. B", como era
carinhosamente conhecido por seus dançarinos, "possuía um
poder mágico sobre seus artistas. Ele lhes mostrava como
fazer os impossíveis parecerem fáceis." (Diário Wall Street,
05/05/1983)

Podemos aproveitar esta notícia de jornal, concernente ao
mundo dos espetáculos, para refletir sobre nosso
relacionamento espiritual com o Senhor Jesus. Haveria alguma
coisa difícil para Ele? Poderíamos dizer que uma situação
seria impossível de ser resolvida por Ele?

E se todas as coisas lhe são possíveis, por que desanimamos
com facilidade? Por que curvamos nossas cabeças como se
estivéssemos conformados com a derrota? Por que continuamos
murmurando pelos cantos em vez de estar cantando e louvando
a Deus?

Se somos capazes de ir à igreja, de glorificar o Seu nome,
de ler a Sua Palavra e conversar com o Senhor em oração, por
que não colocamos em prática a nossa fé? Precisamos dar um
basta na incredulidade e saltar sobre as pedras das
decepções. Elas não devem ter poder para nos fazer desistir.
Elas não podem tirar a nossa motivação. Elas não podem
apagar o nosso sorriso. Elas não conseguirão evitar as
nossas conquistas.

Quando estivermos enfrentando grandes crises, precisamos
lembrar que grande não é o nosso problema e sim o nosso Deus
que a todos soluciona.

Tudo é possível para o Senhor! Tudo é possível para nós que
cremos no Senhor! Somos vencedores... sempre... seja qual
for a circunstância!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

OLHOS QUE NÃO ENXERGAM


Preletor: Russell Shedd
A cegueira espiritual é semelhante à tentativa de discernir a tridimensionalidade do mundo a partir de uma fotografia

“Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” (Jo 14.9, NVI).


É de conhecimento comum que os descrentes sofrem de uma cegueira espiritual induzida pelo “deus deste mundo” (2Co 4.4). Mas essas palavras de Jesus revelam a possibilidade de estar com Cristo sem conhecê-lo. Deve ser comparável ao galho na Videira (Cristo) que não produz fruto; conseqüentemente, sofre a desgraça da remoção e ser lançado no fogo.
Os deficientes visuais sabem que são distintos dos outros que gozam da visão boa. Os tristes seres humanos, aflitos com cegueira física, reconhecem seu isolamento num mundo escuro. Podem tentar imaginar este belíssimo mundo, invisível para eles, exuberante e com vivas cores, vistas empolgantes de montanhas, rios, oceanos e rostos expressivos.

Temos pena dos que nunca tiveram a oportunidade de se deliciar com a vista perfeita. Mas deficiência física é muito menos sério do que a cegueira espiritual. A escuridão condena todos os que não têm fé a concluir que o mundo físico é tudo que há. A glória do Criador se percebe pela fé, de modo que todos os sinais da glória e da majestade do seu poder e inteligência inseridos neste mundo se perdem na cegueira do materialista.

C.S. Lewis comparou a tentativa de comunicar a existência do mundo espiritual a um incrédulo a uma criatura que em toda sua vida experimentou apenas duas dimensões. Alguém que tenta explicar as três dimensões do mundo real por uma fotografia acha que o triângulo é um caminho e outro triângulo, uma montanha. O indivíduo limitado às duas dimensões fracassa completamente ao tentar compreender a realidade que a fotografia representa.

Como um cão que fareja o dedo da pessoa apontando um suculento pedaço de carne, em vez de virar a cabeça, o homem preso à compreensão materialista do mundo acha que toda essa realidade de Deus, salvação e Céu não passam de imaginação fértil do crente.

Mais complexo é o caso do cristão com olhos abertos, mas incapaz de ver. Paulo ora pelos efésios, rogando a Deus pela iluminação dos olhos a fim de que eles “conheçam a esperança à qual ele os chamou”. Escreveu John H. Newman: “Abençoados aqueles que finalmente verão aquilo que olho mortal não tem visto e somente a fé goza. Aquelas coisas maravilhosas do novo mundo já existem agora como serão então. São imortais e eternos; e as almas que então serão feitos conscientes delas, as verão em sua tranqüilidade e majestade aonde nunca chegaram.

Mas quem é capaz de expressar a surpresa e o arrebatamento que descerão sobre aqueles que finalmente os conhecerão pela primeira vez? Quem pode imaginar, por uma extensão da imaginação, os sentimentos daqueles que, tendo morrido na fé, acordam para júbilo? A vida, então iniciada, durará para sempre; porém, se a memória for para nós então o que é para nós agora, aquele dia será um dia para ser muito celebrado para o Senhor durante todas as eras da eternidade” (Dia 153, Diary of Readings, ed. J.Ballie, 1955).

A falta de ver essa gloriosa realidade escatológica torna esta vida uma cena de competição, ambição e desespero. Crentes se desviam por falta de visão do futuro que não vêem e nem imaginam. Faltando iluminação nos olhos espirituais, ficam presos ao mundo material temporário. Transferem os valores do Céu para a Terra e interpretam a prosperidade em termos financeiros e passageiros. Seguir a recomendação de Jesus parece loucura. “Não acumulem para vocês tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam”, em vez de acumular tesouros nos céus. Isto faz sentido somente para quem tem uma visão clara da realidade além deste mundo material.
A Deus toda a glória!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Divórcio Mais Fácil Ainda


Acabei de ler a seguinte notícia:
“Em último turno, o plenário do Senado aprovou o projeto do divórcio direto. Essa alteração no texto constitucional acaba com os prazos atualmente necessários entre o fim da convivência do casal e o divórcio, além de tirar da Constituição a figura da separação formal. A lei já passou pela Câmara e não precisa passar pelo crivo do presidente da República. Começa a valer assim que publicada no Diário Oficial.”

Os prazos atuais são estes: o divórcio pode ser pedido após um ano da separação formal (judicial ou no cartório), ou após dois anos da separação de fato (quando o casal deixa de viver junto). Com a nova medida, o pedido de divórcio poderá ser imediato, feito assim que o casal decidir pelo término do casamento. A existência destes prazos se justificava, entre outros motivos, por uma visão elevada do casamento e de sua seriedade. Dava tempo para que as pessoas realmente refletissem se era isto mesmo que queriam. Não poucos voltaram atrás e continuaram casados. Mas agora a coisa banalizou. Descasar e casar de novo se tornaram tão fáceis quanto alugar um apartamento e rescindir o contrato. Aliás, até mais fácil, pois neste último caso, tem multas para serem pagas.

O assunto provoca a reflexão da relação entre o cristão que toma a Bíblia como única regra de fé e prática e a submissão às autoridades civis. Sobre isto, vou expressar minha opinião. Eu sei que o Senado não está tratando das causas do divórcio e sim da rapidez com que ele pode ser obtido. Mas ao torná-lo tão fácil e rápido, com certeza vai estimular ainda mais as separações por quaisquer motivos.

1 – O ensino do Novo Testamento é que todos devem estar sujeitos às autoridades superiores pois as mesmas foram constituídas por Deus. É isto que Paulo diz em Romanos 13.1 e Tito 3.1, ecoado por Pedro em 1Pedro 2.13. A referência em todas estas citações é aos governantes. Diga-se, de passagem, que na época em que Paulo e Pedro escreveram, Roma governava absoluta e o Imperador era a autoridade máxima.

2 – Não é preciso dizer que estas diretivas de submissão aos governos são excetuadas no Novo Testamento quando as autoridades, disvirtuando sua função, promulgam leis ou tomam decisões que colocam os cristãos em conflito com sua consciência, a qual está cativa a Cristo, pelas Escrituras. Um bom exemplo disto foi a desobediência dos apóstolos à determinação do Sinédrio de que eles parassem de falar de Cristo em Jerusalém. A resposta deles foi: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4.19-20).

3 – No caso do divórcio, é preciso reconhecer que em nosso país é o Estado quem oficializa o casamento e que é o Estado que o termina oficialmente. As igrejas e os pastores tão somente invocam a bênção de Deus sobre o matrimônio. Igualmente, não são as igrejas que realizam o divórcio. Todavia, se o Estado vier a legalizar o casamento entre homossexuais e lésbicas, as igrejas cristãs – pelo menos uma parte delas – se recusará a pedir a benção de Deus sobre este “casamento.” Da mesma forma, estas mesmas igrejas – e mais uma vez, pelo menos uma parte delas - se recusará a aceitar a validade espiritual e religiosa de divórcios obtidos de maneira contrária à Escritura.

4 – Como me incluo entre aqueles pastores que não aceitarão a validade religiosa e espiritual de divórcios obtidos de qualquer forma, vou dar minhas razões. Na verdade, estas razões não são minhas, mas são aquelas apresentadas na Confissão de Fé de Westminster, que é a declaração oficial da maioria das igrejas presbiterianas conservadoras no mundo todo. De acordo com ela, o divórcio só deverá ser procurado em caso de adultério e em caso de abandono pela parte descrente.

5 – No caso de adultério, a base bíblica invocada são as palavras de Jesus em Mateus 5.32, “Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério”. Ele repetiu estas palavras em Mt 19.3. E no caso do abandono, a referência é às palavras de Paulo em 1Coríntios 7.15, “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.” Os autores da Confissão de Fé entenderam que estas passagens abriam a possibilidade de se buscar o divórcio e depois um novo casamento em caso de traição e abandono.
6 – Novos casamentos que se originaram em divórcios que não foram obtidos pelas razões acima, nas palavras de Jesus se constituem em adultério, conforme o ponto anterior citando Mt 5.32; 19.3. É claro que isto cria uma enorme quantidade de casos problemáticos nas igrejas, que cada vez mais estão cheias de membros, presbíteros e pastores divorciados e casados pela segunda e terceira vez, e cujas separações se deram por motivos como incompatibilidade de gênios, falta de amor, etc.
7 – Esta área é tão complexa que não existe solução fácil nem ideal após ter havido o divórcio pelos motivos errados e, ainda por cima, um novo casamento. Não se trata do pecado sem perdão, mas certamente traz conseqüências danosas para todos. Uma igreja que recebe e aceita como membros quaisquer divorciados e recasados está passando uma mensagem muito clara aos seus membros: o casamento não é uma coisa tão séria assim, e que se der errado sempre tem a porta do divórcio por onde se pode sair e encontrar outra pessoa em nome da “felicidade”.
8 – Deus já nos disse o que ele pensa sobre o divórcio. “O SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio” (Ml 2.16). “Tornaram eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar. Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse mandamento; porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe e unir-se-á a sua mulher, e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Marcos 10.4-9).
O resumo da ópera, para mim, é este. Mesmo que o Estado sancione leis que tornem o divórcio fácil de obter por qualquer motivo, ainda assim os cristãos têm sua consciência presa à Palavra de Deus. Eles poderão legitimamente procurar e obter o divórcio se traídos ou abandonados (aqui, para mim, está incluída a agressão física). Nos demais casos, com a graça de Deus e ajuda pastoral e profissional, poderá superar as dificuldades e manter o casamento.

domingo, 11 de julho de 2010

Evangelho em crescimento...mais...Qual?


Quase um terço (27,38%) da população capixaba frequenta igrejas evangélicas. O Estado é o segundo do Brasil em número de evangélicos, perdendo apenas para Rondônia, onde eles representam 29% da população. Os católicos capixabas aparecem na 25º posição na lista dos estados mais católicos do País. O primeiro lugar é do Piauí, com 90,53% de sua população declarada católica.

No Espírito Santo, os evangélicos tradicionais somam 11,18% da população; os pentecostais, 16,20%; os sem religião são 7,80%; católicos são 62,77%. Separando-se por religião professada, os evangélicos são mais expressivos nos municípios de Santa Maria de Jetibá (77,86%), Laranja da Terra (70,51%), Vila Pavão (47,62%), Domingos Martins (41,56%) e Marataízes (39,08%).

Os Estados brasileiros que possuem o maior número de evangélicos são Rondônia com 27,19% da população; Espírito Santo, com 24,96%; Roraima, 22,49%; Rio de Janeiro, 21,98% e Amazonas, com 21,07%. Entre os cinco com a menor porcentagem de evangélicos estão Piauí, com 6,01%; Sergipe, 7,27%; Ceará, 8,25%; Paraíba, 8,80%; e Rio Grande do Norte, com 8,92%.

O grande problema é que com esse crescimento,tem se levantado igrejas para todos os gostos.Hoje em dia só não frequenta um igreja quem não quer.

Há celebrações para todos os gostos e estilos: atletas, roqueiros, lutadores, surfistas.Tem até igreja que já faz casamento homossexual.

Que efeito esse crescimento tem causado em nossa sociedade?
Será que uma nação com um crescimento tão grande do evangelho,seria necessariamente uma nação melhor?
A igreja tem afetado positivamente os índices sociais? O Brasil com 30 milhões de evangélicos é um país melhor que o Brasil dos 10 milhões de evangélicos?

O Brasil continua a ser um dos países de maior injustiça e desigualdade social.

Enquanto a igreja evangélica brasileira caminha a passos largos em termos numéricos o mesmo não se dá no conhecimento teológico. Somos uma igreja com quilômetros de extensão, mas centímetros de profundidade.

Crescimento dos evangélicos pode mudar o Brasil?
Sim pode,mais tem que haver mudança no evangelho.

O crescimento do evangelho só provocará mudanças positivas dentro da sociedade se realmente for adotado uma postura de vida essencialmente alicerçada nos princípios imutáveis da Bíblia.

Não basta crescermos em termos numéricos mais também qualitativo.
Temos que resistir aos apelos do relativismo moral e do pluralismo ideológico da pós-modernidade,manter nossa identidade. Não podemos utilizar nossa fé somente nos finais de semana,mais também em todos os aspectos da sociedade.

Crescimento não é um fenômeno simples. Todo e qualquer organismo precisa crescer, mas nem todo crescimento é saudável. Na verdade, o organismo pode enfrentar toda sorte de perigo que causa deformação no seu crescimento e que pode levá-lo fatalmente à morte.

O crescimento é multidimensional e detém quatro dimensões: numérico, orgânico, conceitual e diaconal:

*O numérico, o mais básico, refere-se à reprodução e incorporação de novos membros à comunidade. Este capítulo enfocou mais enfaticamente esta dimensão.

*O orgânico é interno à igreja e tem a ver com o desenvolvimento de sua liderança, forma de governo, administração, recursos e talentos.

*O conceitual refere-se ao desenvolvimento da compreensão da fé cristã, existência e razão de ser, conhecimento das Escrituras, vocação na sociedade, compreensão da história e interação com o contexto ao redor.

*O diaconal tem a ver com a intensidade do serviço prestado ao mundo, participação na vida, conflitos e temores da cidade, desenvolvimento na qualidade do serviço que ajuda a aliviar as dores humanas e ajuda a transformar as condições sociais ao redor.

Para o bom desenvolvimento da igreja evangélica brasileira, todas essas dimensões devem caminhar simultaneamente, desenvolvendo-se ao mesmo tempo. Assim, poderemos sonhar com uma igreja saudável, integral e multiplicadora. Igreja que vive como sinal e instrumento do Reino de Deus no Brasil.

O Evangelho do Reino é Cristocêntrico. Em contraposição temos visto um evangelho cujo centro é o homem, um evangelho para o homem, um evangelho humano, antropocêntrico. Torna-se assim, um tipo de ‘propaganda’, de oferta tentadora, na qual se faz ‘abatimento’ e se abrem ‘facilitações’ para o ‘freguês’.

O Evangelho não é lugar para artistas, cantores ,etc.O Evangelho é lugar de pessoas que se negam a si mesmo como Paulo o apóstolo, Elias, Eliseu, José, e muitos outros que primeiro amavam ao Senhor,negavam a si mesmo,perdoavam, não olhavam para si.

O evangelho que nos traz a salvação é pleno,puro,sem mistura e diz que só Jesus Salva, Cura,Liberta,Prospera e Batiza no Espírito Santo, este é o evangelho que conhecemos e este é o evangelho que devemos pregar.

Este é o Evangelho Pleno!!!

A verdadeira graça de Deus levará a pessoa a uma busca pelos caminhos da retidão, santidade e justiça. Vamos repensar o evangelho que temos pregado – será que é o “outro” evangelho, citado em Gálatas 1.6-9?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ajustar o foco é essencial para vida pastoral



LIDERANÇA

A norma, o normal e o normativo
Ajustar o foco é essencial para vida pastoral

Por: Helerson Alves Nogueira

Ajustar o foco é um santo remédio para se evitar desgastes desnecessários e se prevenir de possíveis assombrações na vida pastoral. Apresentamos neste breve artigo uma reflexão sobre alguns princípios e valores do ministério pastoral na perspectiva da gestão e cuidado de pessoas.

Se você não fica desconfiado com sugestões simples de um ponto de vista bíblico sobre o exercício pastoral, convido você a pensar um pouco sobre níveis normais de cuidado e gestão de pessoas no ministério pastoral. Antes de pensar em quais são as atribuições do pastor e os desafios próprios do dia a dia do ministério, devemos pensar no ajuste do foco em termos de nos submeter a uma disciplina que nos ajude a nortear a gestão e cuidado de pessoas no âmbito pastoral.

A norma, o normal e o normativo

Não desenvolvemos o ministério pastoral alheio a critérios de juízo bem definidos.
A "norma" nos aponta na direção de um modelo ou um exemplo. Nosso modelo e exemplo é Cristo. Remover ou menosprezar este critério de juízo nos tornará reféns de uma jornada sem rumo à busca de modelos a imitar. Por mais que possamos nos inspirar em ministérios de sucesso, não podemos colocar outro fundamento (outro critério). Jesus, o Bom Pastor, é nossa ampla e suficiente provisão.

A "norma" é, portanto, constituída por um caso concreto, o modelo ou um exemplo que nos sinaliza sempre o critério máximo de juízo de valor.

O "normal" é aquilo que está em conformidade com a "norma". Num sentido mais amplo o "normal" indica um caminho saudável, uma média aproximada, uma referência em relação ao equilíbrio. Quando falamos, por exemplo, em conduzir uma "vida normal", estamos nos reportando à vida de acordo com costumes de um grupo social específico. Portanto, em se tratando de princípios e valores "normais" do pastoreio, novamente nos reportamos a Jesus e sua prática ministerial no NT. Nele encontramos nossos critérios de normalidade.

O "normativo" é uma adjetivação que nos ajuda a encontrar a regra áurea da verdade, da beleza e do bem, ou seja, um valor absoluto. O "normativo" é aquilo que nos garante o desenvolvimento eficaz de uma atividade. O "normativo" não está a serviço do interesse particular e do individualismo. O "normativo" não é a credencial do privativo que busca o sucesso a qualquer preço. A igreja primitiva estabeleceu o fundamento apostólico pautado em uma caminhada com o Bom Pastor. O povo de Israel caminhou pelo deserto orientado pela revelação da Palavra e pelo testemunho profético e sacerdotal de homens e mulheres que encarnaram uma disciplina de cuidado e gestão de pessoas pautadas em "normativas".

Duas dicas bíblicas da "normalidade":

1º lugar, a ação pastoral é norteada pelo foco do ministério (Efésios 4.11-12; Atos 20.28-31; Ezequiel 34; Salmo 23; João 17; Êxodo 18.13-26; Marcos 3. 13-14; João 20. 15-19; 1 Timóteo 3.1-7; Tito 1. 5-9). Em outras palavras, aquilo que o pastor "é", define aquilo que irá "fazer". Nesse sentido, a ação pastoral é pautada por critérios "preventivos", ou seja, subsídios que apontam os limites e possibilidades do "papel" do pastor. Saber quem ele é e saber qual a sua função no corpo de Cristo é uma atitude que preserva o estado de normalidade do pastor. O pastor é gente que trabalha com gente! Carece de um constante convívio de pastoreio mútuo com seus pares, a fim de promover pastoreio a si mesmo, ajustando o foco pessoal e, "depois", ajudando a ajustar o foco ministerial do rebanho.

2º lugar, a ação pastoral segue critérios claros de cuidado e gestão de pessoas. Tanto no AT como no NT a Palavra de Deus nos adverte para o fato da prioridade absoluta da vida humana (seres humanos antecedem os afazeres humanos). Nesse sentido a palavra de Deus aponta alguns níveis de cuidado e gestão de pessoas que devemos nos submeter em temor e tremor diante do Pai e da comunidade que servimos.

Níveis normais de cuidado e gestão de pessoas:

A - a vida do pastor (At 20.28; 1 Tm 3; Mc 3...).

Particularmente, neste primeiro nível, encontramos importantes desafios para um pastor normal: "Cuida de ti mesmo" - Como isso acontece na prática? Podemos refletir sobre esta questão em diferentes prismas: (Por razões de espaço e para o objetivo deste artigo apontamos apenas três):

Do ponto de vista da saúde do pastor:

Antes de tudo o servo de Deus é uma pessoa e não um personagem. Nada mais normal do que isso? Bem, infelizmente, nem sempre encontramos padrões aceitáveis de normalidade nesse caso. É necessário levar a sério os conselhos sobre o cuidado consigo mesmo (lazer, descanso semanal, férias, alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares, delegação, partilha de tarefas, INSS, etc.).

Do ponto de vista dos relacionamentos do pastor:

Há muitos que reclamam da solidão ministerial, mas não fazem absolutamente nada para superar este fato. Logo, é fundamental que o pastor mantenha uma linha de comunicação aberta com o cônjuge, amigos de ministério - da mesma denominação e de outras correntes teológicas - e, na medida do possível, participe de encontros periódicos de partilha, discipulado e prestação de contas em um grupo pequeno onde exista um nível de confiança e fidelidade saudável.

Do ponto de vista da família do pastor:

Ser um homem integral dentro de casa é prioridade máxima para o bom desempenho no ministério. Estar inteiro dentro de casa confere autoridade para um padrão de excelência dentro da igreja. Liderança familiar é provisão afetiva para o cônjuge e filhos. Liderança familiar é estabelecer um ambiente de contentamento e satisfação no cotidiano do casal (carinho, diálogo, sexualidade, devocional, comunicação clara e precisa, orçamento familiar, foco no ministério compartilhado). O normal aqui é encontrarmos dificuldades! Ao menos os "caras normais" com quem converso costumam dizer que sempre estão crescendo um pouco mais nesta área como homens. Quando ouço coisas assim me sinto normal e desafiado a crescer também!

B - a vida da liderança (João 17; Efésios 4.11-12; Mc 3.13-14)

O pastor é, fundamentalmente, um provedor da sua equipe de trabalho. Liderar os líderes é promover um ambiente de segurança e valorização das pessoas por aquilo que elas são. Liderar os líderes é definir uma caminhada segura de corações aliançados em uma mesma visão bíblica e pastoral para toda a igreja. Liderança de líderes é partilha de uma "longa obediência na mesma direção" (Bill Hybels). Todo ambiente e contexto da ação pastoral são complexos e povoados de desafios. Logo, precisamos de uma constante dose de coragem e bom senso na condução, treinamento e ajuste do foco ministerial da equipe de líderes normais. Uma boa equipe normal apresenta problemas e crises! Portanto, preparar-se para eventuais más notícias é tão normal como estar apto para saber administrar as boas notícias com humildade e moderação.

C - a vida dos membros da igreja (Ez 34; Sl 23)

O cuidado e carinho com cada membro do corpo é uma tarefa de ordem sacerdotal e profética:

A dimensão sacerdotal: servir o corpo de Cristo com dedicação, equipando os santos para o ministério (Ef 4, Jo 17); dividir tarefas e motivar a equipe no bom desempenho do ministério (Ex 18); ter clareza na gestão - visão, metas e objetivos - do planejamento estratégico pessoal e ministerial - Sl 23).

A dimensão profética: alimentar bem o rebanho com a Palavra (aconselhamento, consolação, exortação, ensino e edificação, perdão, intercessão e acolhimento - Ez 34); Promover vida de constante discipulado e evangelismo (Mc 3.13-14); Corrigir e disciplinar em amor e humildade visando à saúde do corpo de Cristo.

Por último, o pastor não necessita ser um "expert" em gestão e cuidado de pessoas. É preciso aqui destacar algumas dicas em se tratando de aplicação prática destes princípios da normalidade da ação pastoral. Comece cuidando de você mesmo e "gerenciando" seu foco e, depois, siga o fluxo normal da vocação e do seu perfil ministerial.

A seguir algumas perguntas-chave para pastores normais em constante crescimento:

- Qual o foco do meu ministério hoje?
- Qual minha real paixão no ministério?
- Quais são meus pontos fortes e pontos fracos?
- Onde posso crescer com mais facilidade ministerialmente?
- Onde estou com dificuldade de delegar?
- Quais são os membros de minha equipe que podem enriquecer meu ministério?
- Quais são os membros de minha equipe que estão aptos para tarefas que não tenho tanta facilidade em desenvolver sozinho?

Abimael F. Ferreira

Abimael F. Ferreira